sábado, 31 de maio de 2008

Apocalipse Now

Na aula de ontem à noite, deixamos os cadernos e apostilas de lado para assistir a uma apresentação sobre a Ong SOS Rim e a um filme sobre aquecimento global, criado pelo Greenpeace.

No primeiro caso ficamos sabendo como foi criada, como funciona e quais os planos futuros da Ong que possibilita a existência de nosso curso pré-vestibular. Além do trabalho hercúleo de seu fundador, que tem o sonho de conscientizar a sociedade sobre a doação de órgãos, devemos destacar o fato de que nossos professores são todos voluntários. O trabalho voluntário é algo admirável e um exemplo a ser seguido por qualquer um.

Já o filme, Mudança de clima, mudança de vidas, produzido pelo Greenpeace, mostra os efeitos do atual comportamento climático no planeta, sobre duas regiões do Brasil, sul e nordeste. Eu já conhecia o vídeo pois veio de brinde quando comprei o dvd do Al Gore, Uma verdade inconveniente. Na época me emocionei ao ver a perda das pessoas. Desta vez não foi diferente. Teve colega que riu quando uma senhora mostrou o local onde teria sido um dia um banheiro e onde restava apenas o vaso sanitário, depois da passagem do Catarina pela costa sul do Brasil. Eu não consigo ver graça nisso. Perder uma casa, em geral construída com sacrifício, é algo terrível. Assista ao vídeo e tire suas próprias conclusões.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Leve guarda-chuva

Lendo o site da folha online, em particular o blog da Adriana Küchler, encontrei o post sobre um vídeo criado por uma rede de notícias argentina, muito legal.

O vídeo está em espanhol, evidente, então fiz minha própria tradução, de ouvido, o que é um perigo, mas enfim, é mais ou menos fácil, então, lá vai:

Leve guarda-chuva

Se você sabe que vai chover, leve guarda-chuva. Se você leva guarda-chuva, não se molha. Se não se molha, não fica resfriado. Se você não fica resfriado, não precisa ficar em casa. Se não fica em casa, sai para a rua. Se sai para a rua, conhece gente. Se conhece gente, entende melhor as pessoas. Se entende melhor as pessoas, torna-se uma pessoa melhor. Se torna-se uma pessoa melhor, melhora a vida de outras pessoas. Se melhora a vida de outras pessoas, faz um mundo melhor. Se faz um mundo melhor, não há guerras. Se não há guerras, há paz. Se há paz, vive tranqüilo. Se vive tranqüilo, é feliz. Se é feliz, pode fazer outros felizes. E se você faz outros felizes, somos todos felizes. Leve guarda-chuva...



quarta-feira, 28 de maio de 2008

Poema Concreto - Thiago de Mello

O que tu tens e queres saber
(porque te dói)
não tem nome.
Só tem (mas vazio)
o lugar que abriu em tua vida
a sua própria falta.

A dor que te dói pelo avesso
perdida nos teus escuros
é como alguém que come não o pão, mas a fome.
Sofres de não saber o que tens e falta
num lugar que nem sabes,
mas que é na tua vida...
Quem sabe é em teu amor...

O que tu tens, não tens.

Esperando Godot ou a Vida Inútil

Para a semana que vem, temos um tema cabeludo para redação: felicidade. Já tivemos uma prévia em aula, quando o professor pediu que cada um desse, em uma única frase, sua visão de felicidade. Depois, cada um escolheu a frase com que mais se identificava e aquela com que menos se identificava.

Por fim, a turma se dividiu em grupos por aproximação de afinidade (em relação à frase) e cada grupo discutiu uma única frase, escolhida por maior número de citações. Ao final, cada grupo apresentou sua visão, fruto da discussão.

O professor Antonio é um provocador, ao estilo de Antonio Abujamra. Faz a turma se puxar. Mesmo os mais preguiçosos, sob seu comando, acabam por pensar.

Antes de escrever minha redação estou lendo "A felicidade, desesperadamente", de André Comte-Sponville. Estou na página 60 de 138. Faz pensar profundamente na eterna insatisfação humana.

Pra quem não sabe, a primeira parte do título deste post refere-se a uma peça de Samuel Beckett. A segunda parte é minha conclusão sobre a peça e, em parte, sobre o livro. A meu ver, Godot é a felicidade. Ele nunca chega, assim como a tão sonhada felicidade, mas é justamente isso que move os personagens, assim como move os homens. Move no decorrer do tempo, no correr dos dias em direção à morte. Esperar, a meu ver, é a única possibilidade concreta. A vida, no fundo, é uma inútil e vazia espera.

Como diz André no livro "felicidade é desejo e só se deseja o que não se tem." Desejo é falta. Portanto, felicidade é falta. Entre outras coisas, André cita no livro uma frase de Woody Allen que diz "como eu seria feliz se fosse feliz!" Como quase tudo que sai daquela cabeça, genial.

Enquanto lia a primeira parte do livro, lembrei a maior parte do tempo de um poema que li há muitos anos, de Thiago de Mello, chamado Poema Concreto. Para que o post não fique longo demais, transcrevo o poema no próximo.