segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Energúmeno


Eu não ando de bicicleta faz tempo. Eu tenho uma bike parada em casa, esperando que um dia o Guilherme (né, Guilherme?) apareça para me ajudar a resolver um problema com o pneu. Então, eu ando a pé. Tenho andado bastante a pé, com a nova parada do santana. Boto uma mochila nas costas e caminho 3 km até o Bourbon Assis Brasil para comprar minha comida, por exemplo.

No entanto, já andei muito de bike por aí. Quando morei na Cidade Baixa, muitos anos atrás, andava todos os dias, pra passear, pra trabalhar, pra namorar, pra encontrar a minha turma da Demétrio.

Todo mundo deve ter ouvido, de uma forma ou de outra, sobre o atropelamento de doze ciclistas na Cidade Baixa, bairro aqui de Porto Alegre. Pois hoje, o sujeito endemoniado, possesso, possuído pelo coisa ruim, o fanático, o desnorteado, apresentou-se à polícia, que, por sinal, já escolheu um lado na questão, criticando abertamente os ciclistas durante o final de semana.

Todas as palavras destacadas compõem juntas o significado de energúmeno. Pois é isso que esse sujeito é: um ENERGÚMENO.

Nada, ABSOLUTAMENTE NADA, pode justificar o que esse humano fez. Eu ia dizer animal, mas eu tenho vários animais em casa e nenhum deles faria isso. Só o ser humano é capaz de tamanha BARBARIDADE.

A vontade é de pegar um sujeito desses e cobrir de porrada até ele parar de gemer, como numa luta de vale-tudo, ou pior. Mas como isso é impraticável, pois me colocaria no nível raso em que ele vive, só me resta repetir, não sem uma dose impensável de sensação de impotência:

ENERGÚMENO!

Editado às 22:00

O Ministério Público Estadual pediu a prisão preventiva do energúmeno. O sujeito tem multas por dirigir na contramão, em cima da calçada e outras infrações graves ainda não reveladas. Segundo os promotores trata-se de um caso de crime doloso, ou seja, com  intenção de matar, e ainda duplamente qualificado: o motivo foi fútil e não deu nenhuma chance de defesa às vítimas.
No site do Terra, dá pra ver uma foto do sujeitinho. A cara dele é uma mistura de louco e arrogante. E outra coisa que eu não tinha pensado antes, de tanta raiva desse mau elemento: olha o exemplo que esse traste deu para o filho de quinze anos que estava no carro com ele! Mais ou menos o seguinte: quando você estiver dirigindo e alguém se meter na frente, você passa por cima, entendeu?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Meu pedaço de terra


Dizem que o sonho de todo homem é ter seu pedaço de terra. Pois eu tenho logo dois: um de cada lado da sacada.

Medindo bem os dois, deve dar 1,70 metros quadrados.

A foto nova do perfil mostra minha satisfação ao posar em frente à mata que tem no meu "sítio". Hehehehe.

Quem quiser conhecer, faça como o Tarciso. Pergunta se dá para vir, compra a passagem e marca a visita. A hospedagem sai baratinha. :)

Será assim que o maracujazeiro me vê?

Ainda dá tempo de ver o maracujá florescendo.

Tri bonita...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Noite de lua cheia

Esta é a lua vista da minha sacada. Fiz as duas fotos há poucas horas atrás. Esta sacada, aliás, me mantém firme nesse apartamento da zona norte da cidade. Agora mesmo enquanto escrevo, a pequena floresta que nela cultivo está toda iluminada pelo luar e dali corre uma brisa que é quase uma massagem.

Uma foto assim eu chamo de poesia visual. Uma pequena homenagem aos meus amigos virtuais. Se alguém quiser copiar as fotos, sinta-se à vontade. Citando o autor, of course.

Editado, a partir do comentário do Álvaro:
A primeira foto não tem efeito nenhum aplicado. O "defeito especial" é da própria câmera, uma FS200, que não trabalha muito bem o foco em fontes de luz. Ela intensifica a luminosidade do objeto e tira a percepção dos detalhes.
A segunda foto é um zoom no máximo, 41x e, se não me engano, acrescido de zoom digital. Dá um efeito de cor interessante ao usar todo o zoom, pois é como se mudasse a luz que incide sobre a lua. Eu não entendo nada de fotografia, apenas gosto. Eventualmente, dou sorte em alguns cliques.

Adicionei as fotos de Vênus na madrugada e do sol pela manhã.





Por incrível que possa parecer as fotos a seguir são de Vênus. Como assim?! Pois é. Sabe a tal estrela d'alva? Não é uma estrela: é Vênus. É "fácil" distinguir. Estrelas são bolas incandescentes e que geram sua própria luz. Estrelas "piscam" em função da enorme distância a que se encontram da Terra (efeito de refração) e do movimento das "chamas", alimentadas pelo gás Hidrogênio que se converte em gás Hélio por fusão nuclear. Exatamente o que chamamos de Sol. Nosso Sol é uma estrela de porte médio e de média temperatura, a temperatura perfeita (aliada à uma distância segura da Terra) para suportar o que conhecemos por vida. Se fosse mais branco ou estivesse mais próximo, seria quente demais. Se fosse mais vermelho ou estivesse mais distante, seria frio demais. Já os planetas e os satélites, como a Lua, não têm luz própria, apenas refletem a luz do sol e estão muito mais próximos de nós do que qualquer estrela, com exceção do Sol, é claro. Por isso a luz deles não oscila, não "pisca". Como no caso de Vênus, que exibe uma luminosidade constante. A primeira imagem fiz com o zoom todo aberto. Mostra a cidade ao fundo e a "estrela" muito grande e brilhante no céu. A primeira vez em que observei Vênus da sacada, achei que estivesse vendo um OVNI tamanha a diferença de tamanho em relação às estrelas dentro do campo de visão. A segunda foi feita com o zoom todo fechado. Essa precisei editar no PhotoPaint. Aumentei o brilho, o contraste e a intensidade, pois era uma imagem bem ruim, apenas uma mancha parda num fundo escuro. Fiz as fotos por volta das 4 da madrugada. E por que a foto da Lua ficou tão boa e a de Vênus tão ruim? Simples: a Lua está logo ali, muito mais próxima da Terra que Vênus. Eu precisaria de um zoom de 80 a 100 x para fazer uma foto razoável de Vênus.





Para terminar o post astronômico, na manhã seguinte, por volta de sete e meia, o sol ainda brigando com as nuvens, nesse dia parcialmente nublado.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Uma semana para construir uma amizade


Uma semana pode passar muito rápido. Quando você se dá conta, já foi.

Tarciso chegou na segunda e se foi no sábado. Foi de táxi para o aeroporto, pois o santana, coitado, agora está com problema em uma mangueira do radiador.

Foram de duas a duas horas e meia de trabalho por dia, durante seis dias seguidos. Uma experiência nova para mim na massoterapia, pois nunca atendi alguém antes sem que fosse em dias alternados.

Iniciávamos os trabalhos com uma hora de alongamentos. Quando passei-lhe o exercício por email, Tarciso achava impossível alcançar o chão com as mãos sem dobrar os joelhos. E não é que ele praticamente conseguiu nessa semana em que ficou aqui? Claro que o trabalho anterior à viagem que ele vinha realizando ajudou e muito. Disciplina é a senha para acessar os portais de uma musculatura sadia. E se a musculatura está bem, a coluna não tem do que se queixar. Para completar, praticamente conseguiu colocar-se na postura do "caipira", muito simples para uns, mas muito difícil para outros. Ainda que os "caipiras" sequer pensem nisso, é necessário um alto grau de relaxamento muscular para assumir tal postura com facilidade, sem quedas nem cansaço.

Depois, partíamos para a massoterapia, em torno de uma hora também, onde os grupos musculares das costas eram trabalhados de forma terapêutica, ou seja, com pressão suficiente para desmanchar nódulos. Encerrávamos cada sessão com quiropraxia na própria mesa de massagem, que é a que eu coloco em prática (eu não pratico a quiropraxia em pé). Ao contrário do que mostrava uma radiografia de 2005, Tarciso chegou aqui com a coluna bem alinhada e não tive muito trabalho nesse quesito. Aos poucos as diferentes regiões da coluna foram cedendo à pressão do alinhamento.

Para o trabalho de sábado, a última sessão, Tarciso havia me solicitado conhecer a massagem relaxante. Nessa, depois de uma hora de alongamentos, além das costas, trabalhei mãos, pés e cabeça, ao final. A sensação é bastante diversa de uma terapêutica. As pressões sobre a musculatura são firmes, mas sem o uso de força. Não se procuram nem se desmancham nódulos numa massagem relaxante. O trabalho é mais superficial e, portanto, atua apenas no nível sensorial. A musculatura relaxa mais em função do relaxamento emocional do que pela pressão das mãos. A menos que ele seja um excelente ator, acredito que Tarciso ficou extasiado com todo o trabalho, o que, convenhamos, é muito gratificante.

À parte todo esse lado do trabalho, objetivo principal da visita, ainda passamos horas, literalmente, conversando sobre tudo e mais um pouco. Um ótimo exemplo disso é que eu, completamente ateu, nunca havia conversado com uma pessoa (bastante) religiosa que não mostrasse pendores fundamentalistas e xiitas. Se você acha que estes termos aplicam-se apenas às religiões muçulmanas, precisa imediatamente rever seus conceitos. De qualquer maneira, foi um prazer descobrir que a fé pode andar de mãos dadas com o racional. Eu não teria o menor saco, diga-se de passagem, para aguentar por uma semana uma pessoa que metesse o seu deus em qualquer conversa, o tempo todo.

Para finalizar, Tarciso conheceu meu projeto ecológico secreto (risos) e me presenteou com um belo laudo a respeito do produto, do seu ponto de vista como administrador de empresas. Certamente irá me ajudar na apresentação do produto depois que eu patenteá-lo.

Como eu dizia no começo do post, uma semana pode passar muito rápido. E assim foi. Quando me dei conta já estávamos tratando da última sessão e de como chegar ao aeroporto de táxi. Dizem que as melhores coisas da vida se passam desse modo. Então, só posso dizer que valeu cada dia. Boas vindas ao meu mais novo (entre poucos) AMIGO.

Ah, pra quem acha impossível, Tarciso também experimentou ser vegetariano por uma semana, seguindo a dieta da casa. A menos que eu esteja enganado, não saiu daqui nem fraco nem doente, pelo contrário, foi muito bem alimentado essa semana inteira. Mas isso deixemos que ele mesmo relate em seu blog quando tiver oportunidade.