quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Eu mudo. Tu mudas? Ela segue parada...


Faltam dois dias e meio para terminar o ano e eu ainda posso "queimar a língua", mas, depois de muito tempo, passei um ano inteiro sem me gripar. Durante muitos anos, nem lembro quantos, eu sempre tive uma gripe por ano, ao menos. Coisa líquida e certa.

O que aconteceu, afinal, em 2011? Eu gostaria muito de ter essa resposta. Provavelmente seria um grande sucesso empresarial saber como evitar uma gripe. Mas, infelizmente para o gerente do meu banco, minha conta vai continuar com saldo mínimo.

O máximo que me permito fazer é levantar algumas hipóteses. Mesmo assim, no exato momento em que começo a pensar nelas, me dou conta de que as datas não correspondem ao ano inteiro.

Foi um ano de decisões. Em agosto, eu resolvi interromper um relacionamento de seis anos. Ela queria um meio termo, tipo, eu me mudo mas venho te visitar quando der vontade e passamos algum tempo juntos. Eu não quis. Fui radical. Eu sou radical. Radical é aquele que vai na raiz das coisas, das questões. Esse sou eu. Nunca na superfície. Sempre mergulhado, seja em fatos, seja em pensamentos. Me separei por completo de uma pessoa que não me satisfazia intelectualmente, apenas fisicamente. Antes só do que mal filosofado.

Em dezembro, deixei de lado uma profissão que me acompanhou por dezessete anos: a de técnico em informática. Eu não gosto de notebooks. Eu não uso notebook. Gastei mais de dois mil reais em um monitor de 40 polegadas mas não gastaria mil em um notebook. Eu não tenho o menor interesse em aprender a consertar notebooks. Eu odeio notebooks! E todo mundo que conheço está migrando para notebook. Como sempre, serei o último a migrar, quando não existir nenhum PC à venda em nenhuma loja do país.

E o que essas duas coisas tem a ver com gripe? Fazer coisas que não se quer fazer gera muito stress. O stress debilita o sistema imunológico. Porta aberta para os vírus, incluindo aí o da gripe.

Só com essas duas decisões, meu sistema imunológico está preparado para uns 3 anos vindouros. O único senão nessas contas é que ainda ficam faltando os seis primeiros meses do ano. Por outro lado, me dei conta de que passei o ano me separando. Eu não queria mais, todo o meu corpo sabia disso, mas meu cérebro insistia em tentar mais um pouco, tentar alguma variante, exercitar a virtude da paciência, quem sabe acaba dando certo...

Em janeiro de 2011 eu era um técnico em informática "casado". Mal casado. Em dezembro de 2011 eu sou um massoterapeuta solteiro. E com dez quilos a menos. E isso não é pouca coisa.

Dia 24 de setembro comecei a pedalar, depois de anos sem pegar em uma bicicleta. Na primeira noite pedalamos, eu e o amigo Guilherme, 7,5 km. Quando cheguei em casa, parecia que tinha saído de uma maratona debaixo de sol escaldante. Atualmente, chego a pedalar 70 km e retorno para casa melhor do que naquela noite de setembro. Minha pressão voltou aos 12 x 8 e abandonei o medicamento.

Uma das coisas mais difíceis na vida é, justamente, tomar decisões. Mas é o único jeito de não ficar "doente".  Como disse um dia Oswaldo Montenegro "mudar dói, não mudar dói mais".

Ah, já ia esquecendo: nesse ano completei 50 anos de vida. Meio século de teimosia e obstinação. Minha inteligência é moldada em uma bigorna, a ferro e fogo. Nunca tive QI privilegiado, mas sempre insisti em aprender o máximo possível. Por isso não tenho paciência com gente acomodada. Os acomodados são os maiores responsáveis pela merda que esse mundo vive. Por que enquanto muitos se acomodam, os espertos (não confunda com pessoas inteligentes) vão tomando conta de tudo, ficando ricos e debochando da vida. Consegui, e não foi fácil, viver 50 anos sem me locupletar.

Sinceramente? Acho que 2012 será um ano bem melhor do que foi 2011. Quem mudar, verá.

Editado às 23:30

Hoje me disseram que eu falo em mudanças, mas, não gosto realmente de mudanças. Como argumento, a pessoa citou, entre outras coisas, minha rejeição ao notebook. Eu pensei um bom tempo a respeito. Pensei em explicar que notebook é uma merda cara disfarçada de evolução. Que o teclado não presta. Que o mouse não vale nada. Que a tela é uma bosta pequena. Pensei mesmo, sério. Mas aí, lembrei de outras coisas que essa pessoa já havia me dito antes. Juntei tudo e não gostei do que vi. E a excluí dos meus contatos. Não sem antes, educadamente, explicar os motivos da exclusão. Eu sou radical mas não sou mal educado.