quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Eu mudo. Tu mudas? Ela segue parada...


Faltam dois dias e meio para terminar o ano e eu ainda posso "queimar a língua", mas, depois de muito tempo, passei um ano inteiro sem me gripar. Durante muitos anos, nem lembro quantos, eu sempre tive uma gripe por ano, ao menos. Coisa líquida e certa.

O que aconteceu, afinal, em 2011? Eu gostaria muito de ter essa resposta. Provavelmente seria um grande sucesso empresarial saber como evitar uma gripe. Mas, infelizmente para o gerente do meu banco, minha conta vai continuar com saldo mínimo.

O máximo que me permito fazer é levantar algumas hipóteses. Mesmo assim, no exato momento em que começo a pensar nelas, me dou conta de que as datas não correspondem ao ano inteiro.

Foi um ano de decisões. Em agosto, eu resolvi interromper um relacionamento de seis anos. Ela queria um meio termo, tipo, eu me mudo mas venho te visitar quando der vontade e passamos algum tempo juntos. Eu não quis. Fui radical. Eu sou radical. Radical é aquele que vai na raiz das coisas, das questões. Esse sou eu. Nunca na superfície. Sempre mergulhado, seja em fatos, seja em pensamentos. Me separei por completo de uma pessoa que não me satisfazia intelectualmente, apenas fisicamente. Antes só do que mal filosofado.

Em dezembro, deixei de lado uma profissão que me acompanhou por dezessete anos: a de técnico em informática. Eu não gosto de notebooks. Eu não uso notebook. Gastei mais de dois mil reais em um monitor de 40 polegadas mas não gastaria mil em um notebook. Eu não tenho o menor interesse em aprender a consertar notebooks. Eu odeio notebooks! E todo mundo que conheço está migrando para notebook. Como sempre, serei o último a migrar, quando não existir nenhum PC à venda em nenhuma loja do país.

E o que essas duas coisas tem a ver com gripe? Fazer coisas que não se quer fazer gera muito stress. O stress debilita o sistema imunológico. Porta aberta para os vírus, incluindo aí o da gripe.

Só com essas duas decisões, meu sistema imunológico está preparado para uns 3 anos vindouros. O único senão nessas contas é que ainda ficam faltando os seis primeiros meses do ano. Por outro lado, me dei conta de que passei o ano me separando. Eu não queria mais, todo o meu corpo sabia disso, mas meu cérebro insistia em tentar mais um pouco, tentar alguma variante, exercitar a virtude da paciência, quem sabe acaba dando certo...

Em janeiro de 2011 eu era um técnico em informática "casado". Mal casado. Em dezembro de 2011 eu sou um massoterapeuta solteiro. E com dez quilos a menos. E isso não é pouca coisa.

Dia 24 de setembro comecei a pedalar, depois de anos sem pegar em uma bicicleta. Na primeira noite pedalamos, eu e o amigo Guilherme, 7,5 km. Quando cheguei em casa, parecia que tinha saído de uma maratona debaixo de sol escaldante. Atualmente, chego a pedalar 70 km e retorno para casa melhor do que naquela noite de setembro. Minha pressão voltou aos 12 x 8 e abandonei o medicamento.

Uma das coisas mais difíceis na vida é, justamente, tomar decisões. Mas é o único jeito de não ficar "doente".  Como disse um dia Oswaldo Montenegro "mudar dói, não mudar dói mais".

Ah, já ia esquecendo: nesse ano completei 50 anos de vida. Meio século de teimosia e obstinação. Minha inteligência é moldada em uma bigorna, a ferro e fogo. Nunca tive QI privilegiado, mas sempre insisti em aprender o máximo possível. Por isso não tenho paciência com gente acomodada. Os acomodados são os maiores responsáveis pela merda que esse mundo vive. Por que enquanto muitos se acomodam, os espertos (não confunda com pessoas inteligentes) vão tomando conta de tudo, ficando ricos e debochando da vida. Consegui, e não foi fácil, viver 50 anos sem me locupletar.

Sinceramente? Acho que 2012 será um ano bem melhor do que foi 2011. Quem mudar, verá.

Editado às 23:30

Hoje me disseram que eu falo em mudanças, mas, não gosto realmente de mudanças. Como argumento, a pessoa citou, entre outras coisas, minha rejeição ao notebook. Eu pensei um bom tempo a respeito. Pensei em explicar que notebook é uma merda cara disfarçada de evolução. Que o teclado não presta. Que o mouse não vale nada. Que a tela é uma bosta pequena. Pensei mesmo, sério. Mas aí, lembrei de outras coisas que essa pessoa já havia me dito antes. Juntei tudo e não gostei do que vi. E a excluí dos meus contatos. Não sem antes, educadamente, explicar os motivos da exclusão. Eu sou radical mas não sou mal educado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Hipocrisia


Dexter, sexta temporada, primeiro episódio. Dexter está com mais um assassino sobre a mesa, pronto para matá-lo. É um ex colega do curso secundário que matou a própria esposa (também uma ex colega e única que enxergava Dexter) e que forjou uma cena de suicídio, há três anos atrás. Antes de matá-lo, Dexter vê uma tatuagem no peito do cara. É a imagem de jesus. Em menos de dois minutos os dois travam um diálogo muito interessante sobre deus e fé. Um poderodo retrato da eterna hipocrisia humana.

Dexter - O que jesus teria feito? Sério mesmo... Como você concilia sua fé num poder superior, num deus, com o que você fez com Janet?

Joe - Que diferença faz?

Dexter - Só estou curioso.

Joe - Então o quê? Devo defender minhas crenças perante você?

Dexter - Se não se importar...

Joe - Olha, todos cometem erros... Fazem coisas que não deviam e... são apenas humanos... Mas deus, ele nos perdoa.

Dexter - Simples assim? Mata alguém e deus o perdoa?

Joe - Isso!

Dexter - Então posso matá-lo e deus me perdoará.

Joe - Ele te perdoaria, mas você tem que se arrepender!

Dexter - E você se arrepende de verdade por matar Janet?

Joe - Sim, com certeza!

Dexter - Mentiroso!

Dexter levanta a faca em direção ao coração do pobre homem "arrependido". Apavorado, o cara usa seus melhores argumentos religiosos.

Joe - Você não vai querer fazer isso!

Dexter - E por quê?

Joe - Porque se me deixar ir, deus te dará a vida eterna. E tudo o que quiser!

Dexter - Não há nada que eu precise.

Joe - Você não quer, sabe... não quer deixar deus zangado.

Dexter - Não percebe como isso soa ridículo?

Joe - Porque ele é o todo-poderoso! Espadas... e pedras... e trovões.

Dexter - Trovão é só barulho, teriam que ser raios.

Joe - Não pode me matar pois deus é uma fortaleza de poder!

Dexter - Já chega!

Joe - O sangue do cordeiro, ele me protegerá!

Dexter - Desculpe, hora do golpe.


Pois é, Joe. Boa, Dexter. Um a menos...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Somos todos filhos do planeta azulzinho


Música é uma linguagem universal. Ao som de um instrumento, qualquer povo da terra entende o que o outro quer dizer.

Enquanto os ignóbeis reforçam as fronteiras com medo do próprio ser humano, músicos de vários lugares mostram que a verdade da vida vai além de um desenho qualquer chamado mapa.

Os seres humanos, sempre, com toda a certeza, são maiores que seus governantes e suas horrendas fronteiras. Só não descobriram isso ainda.

Sat Chit Ananda Parabrahma
Purushothama Paramatma
Sri Bhagavathi Sametha
Sri Bhagavathe Namaha
Om Om Om Om Om Om Om Om

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Promessas quebradas


Por que essa saudade, antiga como os dias, teima em me visitar?

Você nem faz ideia de como eu gosto do som da tua voz, faz? Ou será que sim? Será que alguma vez eu lhe disse isto? Faz tanto tempo que eu já não lembro.

Agora, isso é quase tudo que eu lembro de você. Uma voz profunda, quase grave, sensual, sem dúvida. Por vezes ansiosa, quando queria me convencer de algo.

Fecho os olhos e imagino você chegando, com aquele sorriso largo, quase irônico, e dizendo algo para me provocar. Posso ficar muito tempo construindo essa cena...

Mas, no fim, o que resta, de fato, é "o silêncio que fala mais alto do que estas palavras, de promessas quebradas..."
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Ao som de Sorrow, da minha banda preferida, ever, Pink Floyd.



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dezoito mil, duzentos e cinquenta dias


O título do post não oferece uma conta exata, se forem considerados anos bissextos. Mas, no fim, não creio que isso faça uma grande diferença. Viver tanto tempo, cinquenta anos, nos faz perder um pouco essa noção de dias passando e acumulando-se nas folhas de um calendário. Afinal, não guardamos os calendários velhos, guardamos?

Será que alguma coisa realmente muda quando vivemos tanto tempo? Creio que sim, mas o que muda são detalhes. A essência de uma pessoa, seja ela o que for, não se altera ao longo da vida.

Se olhar bem para trás, me impressiona o fato de que continuo sendo, essencialmente, o mesmo menino que esfolava os joelhos no areião das ruas de chão batido da vila em Gravataí onde me criei.

Aquele menino nunca suportou ver um animal agredido e chegou ao ponto de fazer um estilingue apenas para alvejar os que insistiam em matar passarinhos.

Aquele menino não acreditava que assassinar um animal para alimentar-se dele fosse algo correto.

Aquele menino saía no tapa com qualquer um que ultrapassasse o limite da cordialidade.

Aquele menino nunca acreditou no deus todo-poderoso com o qual sua mãe o ameaçava a cada briga, porque nunca viu tal deus fazer qualquer coisa por qualquer um que precisasse.

Aquele menino sempre tratou como iguais as meninas com quem convivia.

Aquele menino nunca sentiu-se no direito de humilhar uma pessoa humilde.

Aquele menino era o único na vila que se dava bem com o garoto homossexual da turma.

Aquele menino já se apaixonava com facilidade aos 7 anos de idade, quando não podia "viver" um dia sem ver a professora Maria. Depois, aos 9 anos, "morreu" de amores pela menina Carmen, sua vizinha. E descobriu o quanto podia durar um amor platônico com sua colega Dora, dos 11 aos 13 anos.
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Depois de tanto tempo passado o que mudou mesmo foi minha cara. Um susto no espelho a cada dia e não apenas pela minha pouca beleza. Risos. Melhor mesmo seria dizer do grande espanto de não ver por fora o menino que me sinto por dentro.

Será essa a diferença entre envelhecer e amadurecer?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pequeno conto de horror


Cátia era uma bela menina. E namorava um carinha muito legal, mas um pouco tolo, como a maioria dos garotos.

Como toda menina, Cátia achava-se gorda, opinião não compartilhada por seu namorado, que a achava perfeita. Na verdade, vários garotos a achavam. E ele era um sortudo.

Um dia, quando conversavam na casa dele, pegou-a pela mão e disse: vem, vou te mostrar uma brincadeira na balança da minha mãe.

Já no quarto da mãe dele, ela perguntava desconfiada: que brincadeira é essa? Numa balança?

Rindo, ele respondeu: vou te mostrar como emagrecer em poucos minutos.

Ela continuava incrédula. Garotos, pensou...

Ele subiu na balança digital que marcou 75,4 kg.

Viu? Ela fez que sim com a cabeça e quase lhe disse como ele era infantil, às vezes.

Sorrindo, ele completou: espera, vou ao banheiro e já volto.

Assim que voltou, pesou-se novamente: 75,2 kg.

Ela, assustada, perguntou: como você fez isso? Entre uma risada e outra, ele conseguiu dizer: eu emagreci mijando!!!! E rolou na cama rindo.
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Mas isso foi há dois anos. Agora eles não se veem mais. Cátia está numa clínica de reabilitação tentando recuperar-se de seu vício em diuréticos e da anorexia.

E sim, ela emagreceu. Excessivamente...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um vazio no coração


As redes sociais, ninguém duvida, conseguem unir pessoas distantes e ajuda a encontrar vestígios do passado.

De tanto procurar por uma grande amiga, uma namorada da adolescência chamada Rosane, acabei encontrando no Facebook uma menina com o mesmo sobrenome, por sinal, bem pouco comum. Em setembro, mandei uma mensagem a essa menina perguntando se, por acaso, tinha parentesco e, caso tivesse, se podia dizer-lhe que gostaria de falar com ela novamente.

Uma mulher inteligente, perspicaz e com um grande coração. O tipo de pessoa com quem vale a pena conversar, conviver. Eu a vi, pela última vez, em Florianópolis, numa época em que eu decidira morar na Lagoa da Conceição. Não deu certo, demorei muito para arrumar um trabalho fixo, me chamaram em uma produtora de Porto Alegre, eu voltei e um ano depois perdemos o contato.
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Eu já tinha esquecido da mensagem que enviara à menina. Imaginei que talvez não fosse parente, que tivesse se incomodado com a invasão, enfim, qualquer coisa.

Bem, hoje, finalmente ela respondeu. Era sua tia. Rosane faleceu por causa de um câncer, uns anos atrás.

Que sensação estranha! Uma secura na garganta, como de palavras não ditas. E esse vazio de quem perdeu alguém...

Resta cultivar na memória, as boas lembranças de uma pessoa que valeu muito a pena enquanto esteve em minha vida.

sábado, 15 de outubro de 2011

Um dia para relaxar


O mundo virtual pode ser estranhamente rico para quem dele sabe extrair o lado bom.

Ontem, no Face, o Jonnathan me lançou um link de uma música chamada Relax. Meu comentário foi "All I need is relax".

Hoje, no Badoo, chamou-me para conversar uma massoterapeuta, a quem eu deixara um pequeno recado outro dia. Depois de uma meia hora de conversa, marcamos uma sessão para as 5 da tarde.

Ela, além da massoterapia, trabalha com Reiki, Shiatsu e cristais. Acho que conversamos umas duas horas (juntaram-se dois que falam pouco) e foram mais quase duas do trabalho em si. Saí de lá às 9 da noite. Devo ter viajado por uns dez planetas, mais ou menos, durante o Reiki.

Mais do que minha musculatura, minha alma relaxou. Na lotação, voltando para casa, decidi que não pedalaria hoje. Amanhã eu vejo como vou estar.

Ao chegar em casa, um email do Face. Carla postou um som muito legal, para mim e para o Jonnathan, chamado Dance in the Moonlight. Dançar ao luar? Sim, por favor. :)

Junte-se a isso a fila de gatinhos para o cafuné, pois, para eles, fiquei tempo demais fora de casa.

Agora, pergunto: eu tenho do que me queixar? :)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tocando a vida, ladeira acima


Guilherme perguntou: tu não tem limite?

Sem pensar, respondi que não. Mentira. Todos temos. A verdadeira pergunta é:

Qual é o limite de cada um?

Sábado, pedalei 31,2 km. Domingo, descansei. Segunda, pedalei 34,48 km.

Terça, no final da tarde, abri o Google Earth. Aumentei o zoom até ver meu prédio e comecei a marcar o trajeto.

Cairú, Voluntários, Rodoviária, Mauá, Gasômetro, Edvaldo Pereira, antes do museu, retorno pela Padre Cacique, Praia de Belas, Ipiranga (inteira), Antonio de Carvalho (3 ladeiras), Protásio (1 ladeira infernal), Ary Tarragô (3 ladeiras), Baltazar, Sertório, Dona Margarida, Farrapos e Casa.

Pelo Earth, seriam 39,5 km. Na prática, foram 41,14 km de pedalada com 7 ladeiras. Foi o primeiro trajeto planejado antes da saída. A única mudança, é que segui o conselho do Guilherme, e saí direto pela Farrapos, ao invés de pegar a Voluntários até o centro da cidade.

Numa das ladeiras, a velocidade caiu para 8 km/h, pouco mais que uma pessoa caminhando rápido. Mas, em nenhuma delas, por maior que fosse o esforço, desci da bike. Afinal o desafio era fazer 40 km pedalando e não empurrando a bike lomba acima.

Mesmo assim, consegui manter a média de 20 km/h. No trecho final da Sertório, mesmo depois de todo o esforço, consegui imprimir, na reta, de 30 a 32 km/h. Foram 2 horas, 1 minuto e 47 segundos de pedal. As paradas para tomar água e relaxar a musculatura por uns minutos, não entram nessa conta. No total, fiquei 2 horas e 40 minutos na rua.

O mais curioso de tudo isso é que eu sou um baita preguiçoso. Mas, ultimamente, passar o dia, a noite e a madrugada  em frente a micros, meu ou de clientes, estava me fazendo mal.

Parece que, finalmente, encontrei um jeito melhor de tocar a vida. Pedalando.

Só falta descobrir qual é o meu limite.

A faixa clara que atravessa a imagem, de cima a baixo, é a 3ª Perimetral.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Maddi Jane


Eu gostaria de ser pai de uma menina talentosa como essa. Eu voltaria a tocar violão somente para tê-la por perto cantando. Seria como se todos os dias fossem ensolarados, como essa bela segunda-feira que acaba de começar em Porto Alegre.

Invista quatro minutos e dezessete segundos de seu tempo. Retorno garantido. :)

Não tome cuidado com o som. Deixe-o bem alto para que todos em volta ouçam.




sábado, 8 de outubro de 2011

Pedalando para não enlouquecer


Hoje, quando sair para pedalar à noite, serão 14 dias desde que voltei a andar de bike, depois de muitos anos parado.

No primeiro dia foram 7,5 km. Ontem, foram 32 km. Uma evolução e tanto, mas que não ocorreu por acaso ou de forma natural.

Forcei essa evolução, porque meu corpo estava pedindo – na verdade exigindo – uma reação. Depois da separação, as dores nas costas pioraram e muito. E passaram a afetar diretamente meu lado esquerdo. Pescoço, ombro, escápula, braço, mão, tudo doendo, dor forte, insistente, diária. Só não dói quando eu deito e relaxo a musculatura do pescoço. Obviamente, não posso passar o dia deitado. Não que eu não quisesse, já que sou, admito, muito preguiçoso. :)

Não gosto de academia, apesar de ter pensado em frequentar uma. Voltei a caminhar por uns dias, mas achei chato como nunca antes achara. Queria correr, na verdade, mas o sobrepeso detonaria minhas articulações, acabando com qualquer possível resultado positivo.

Foi exatamente nesse momento de pensar em uma solução, que o Guilherme voltou para Porto Alegre e recolocou minha bike em condições de ir para a rua novamente.

Nos primeiros dias ele saiu junto, para estimular o amigo sedentário. Mas, depois de duas semanas, não é mais necessário. Ontem mesmo saí sozinho e foi o dia em que mais pedalei. E só não pedalei mais porque explorei quase toda a região plana aqui da Zona Norte. De tanto pedalar cheguei ao centro e dei uma esticada até o Gasômetro, onde parei para recuperar o fôlego, tomar água e simplesmente olhar as pessoas passando.

Ainda não me sinto apto a pedalar ladeira acima. Os músculos das coxas ainda queimam em certos momentos mais puxados. As fibras musculares mais longas, aquelas que permitem um grande esforço, ainda estão em desenvolvimento e preciso me conformar com isso. Quero subir a Perimetral um dia desses e ir pra Zona Sul, mas antes, quero fazer um trajeto longo sem sentir o cansaço que sinto.

Eu ainda retorno muito cansado, inundado de suor. Por outro lado, sinto-me um guri. Quase aquele guri que vivia esfolando os joelhos nas ruas poeirentas de Gravataí, quarenta anos atrás.

Minha pressão, que voltou a subir durante e após a separação, às vezes chega a estar baixa no retorno para casa. Mas, pressão baixa não mata, então, quanto mais exercício, melhor meu coração funciona.

Outra coisa importante: enquanto estou pedalando, não tenho tempo para pensar, pois o trânsito não deixa. A pressão é enorme e um simples erro pode me custar a vida ou, pior ainda, machucar alguém. Para mim, que penso demais e o tempo todo, pedalar é quase uma meditação.

Então, pedalar tem feito um bem enorme para minha cabeça e para meu coração. Um coração vazio, mas funcionando como um relógio suíço.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Feito pra acabar


Você já ouviu falar de Marcelo Jeneci?
Eis o site dele: http://www.marcelojeneci.com.br/site/index.php

É uma experiência visual muito gratificante navegar nesse site.

Há muito tempo eu não comprava um CD de músicas. Quando vi um link da Carol no Face, assisti ao vídeo e depois fui procurar por ele, chegando no site. Estão todas lá, para ouvir à vontade, o CD inteiro e, por isso mesmo, comprei dois com o maior prazer. Porque ele sabe do poder da internet e não se fez de rogado. É um cara antenado no mundo em que vive. Para um cara assim, eu pago com o maior prazer pelo trabalho dele.

Dos dois CD's, dei um pra Sarah e um pra mim. Ainda bem que comprei dois. Risos. Um cara previdente...

Enfim, minha sugestão é simples: não perca seu tempo ouvindo porcarias, não jogue lixo nos seus ouvidos. Tem muita coisa boa na música brasileira, apesar de tudo.




segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Duas Almas



Revirando uma pasta de emails, a qual nomeei carinhosamente de Passado, encontrei esse soneto que recebi da Patricia Hadler, numa época em que trocávamos emails muito interessantes. O soneto é do poeta simbolista gaúcho Alceu Wamosy. É uma pérola escrita há quase cem anos atrás.

Duas Almas

Ó tu que vens de longe, ó tu que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho.
Vives sozinha sempre e nunca foste amada...

A neve anda a branquear lividamente a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.

E amanhã quando a luz do sol dourar radiosa
essa estrada sem fim, deserta, horrenda e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!

Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...

PS. Mantive as frases destacadas em negrito pela Patricia.

sábado, 1 de outubro de 2011

META morfose


O papel é um caminho
       
           para quem pensa que pensa...

Enquanto a árvore, prostrada, cala-se.



Pequeno poema inspirado em uma conversa no MSN. 


sábado, 17 de setembro de 2011

Deserto


"Você é um copo de água no deserto do meu coração", ele disse.


Ela sentiu vontade de pular no pescoço dele e enchê-lo de beijos e de carinho, de tão fofo que achou aquilo. Mas lembrou que estavam a milhares de quilômetros de distância. Coisas da internet, dos novos tempos, uma paixão à distância, que nascia devagar, ficando mais perceptível a cada conversa, a cada madrugada passada "juntos".

Ela não viu, mas ele tinha os olhos embaçados de lágrimas quando disse a frase. Os dois ouviam Estelle*, perdidos em salas distantes, em ruas desconhecidas, um em cada canto desse país enorme, enquanto o relógio ia devorando os minutos e vomitando as horas.

Ideia dela: "eu te passo os links e ficamos ouvindo as mesmas coisas no Youtube." Ele achou engraçado a princípio, mas topou a parada. Só não se lembrava mais de como a letra de uma música podia mexer com todo seu emocional, fazendo aflorar sentimentos colocados a fórceps nas gavetas escuras do coração.

Certas coisas ele realmente não lembrava, mas outras ele simplesmente não queria lembrar, não quando "estava" com ela. No entanto, esquecera de combinar isso com o próprio coração e agora estava se sentindo um tolo. Desperdiçava o tempo com aquela garota incrível, linda – ao menos para seus olhos cansados – inteligente e com um bom gosto musical e cinéfilo de causar admiração.

O que pensaria ela? Pensou em voz alta, mas deu de ombros. Nunca saberia, mesmo porque ela não costumava dizer o que pensava dele.

Ficou um tempo calado olhando para a tela do computador, escutando Estelle pela oitava vez e com os dedos trêmulos, digitou: "Coloca outra música, DJ!", acompanhado de um emoticon de sorriso no final da frase.

Do outro lado do "mundo" ela sorriu satisfeita e foi escolher algo menos Maísa, menos "de cortar os pulsos", enquanto, sozinho, ele chorava baixinho.

* Ao som de Estelle - Thank you.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pour Elise


Quem gosta de escrever, raramente escreve à-toa e, tampouco, impunemente. Todo texto tem uma história por trás e gera alguma repercussão, boa ou ruim. Escrevi o poema abaixo em 2003 e lembro muito bem o porquê. Eu havia me separado no final de 2002 de uma mulher de quem gostava muito e, por pura comodidade, ao invés de sair às ruas para conhecer alguém, ficava horas vagando na net. Foi assim que conheci "Elise". Uma garota encantadora que escrevia poemas levemente eróticos e de muito bom gosto. Das leituras de nossos blogs passamos aos comentários e destes à troca de mensagens, na época, pelo ICQ e por email. Acabei me apaixonando (que surpresa!) e escrevi o poema para ela. Então ela percebeu o que tinha acontecido e abriu o jogo. Era casada, usava um pseudônimo (Elise, obviamente) para escrever e navegar e morava a milhares de quilômetros de Porto Alegre. Concordamos em terminar nossa pseudo relação. Foi uma das coisas mais tristes que já me aconteceu. Leia o o poema e tente entender como eu me sentia quando "estava" com ela.

Pour Elise

Hoje me deu vontade
de escrever um soneto,
e depois te pedir um beijo,
daqueles de estalar os lábios,
e um abraço dengoso,
daqueles bem apertados,
inteiros e vagarosos,
bem no meio da tarde,
em uma esquina qualquer,
com pessoas paradas em volta,
esperando que acabemos,
esperando que sumamos,
ou, quem sabe, que somemos,
ou que respiremos, ao menos!
para que possam perguntar-nos:
de onde vem esse afeto?
de onde vem tal calor?
que nos deixa as faces coradas
e a respiração bem curtinha,
e as pernas meio moles,
e a cabeça na lua,
e as mãos assanhadas,
enquanto a tarde evapora
e o sol vai indo embora,
e a rua ficando deserta
e só uma coisa é certa:

eu vivo de vontades.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Marcha do quê?


Uma chamada no site da Zero Hora anuncia que milhares de manifestantes se reuniram em Porto Alegre para protestar contra a corrupção. O conteúdo da "matéria" minúscula informa que 300 pessoas começaram a passeata. Quando chegaram ao seu objetivo, já eram em número de mil.

Nem 300, nem mil são milhares, certo? Depois ainda me perguntam por que cancelei a assinatura quando descobri que estava ajudando a financiar uma descarada campanha para o SSerra em 2010.

Olhando a única foto na "matéria", minha conclusão é simples: 300 playboys sustentados por papai e mamãe, entediados com seus iPads 2 e seus notebooks de última geração, largaram seus carros zero na garagem e resolveram sair às ruas para depois terem o que comentar no Facebook, já que em quarta-feira não tem balada. Ou tem?

Um poema de Pessoa


Conta a lenda que dormia
uma princesa encantada
a quem só despertaria
um infante que viria de além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado, vencer o mal e o bem,
antes que já libertado, deixasse o caminho errado
por o que a princesa vem.

A princesa adormecida, se espera,
dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
e orna-lhe a fronte, esquecida, verde,
uma grinalda de hera.

Longe o infante esforçado,
sem saber que intuito tem,
rompe o caminho fadado,
ele dela ignorado e ela pra ele, ninguém.

Mas cada um cumpre o destino.
Ela, dormindo encantada, ele, buscando-a sem tino,
pelo processo divino que faz existir a estrada.

E se bem que seja obscuro,
tudo pela estrada afora e falso,
ele vem seguro, e rompendo estrada e muro,
chega onde em sonho ela mora.

Inda tonto do que houvera, à cabeça em maresia,
ergue a mão e encontra hera,
e vê que ele mesmo era,
a princesa que dormia.

Eros e Psiquê, de Fernando Pessoa.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Menino bem-mandado


Mais uma inspiração do MSN.

Ela - Oi. Só agora vi teu recado.
Ele - oi... sem problema
Ela - Queria falar comigo?
Ele - sim... mas espera... vou tirar o pão
Ela - Pão???
Passa-se um minuto.
Ela - Toc toc. Você está fazendo pão?
Passam-se + três minutos.
Ele - eu não, a maquininha
Ela - Que maquininha é essa??
Ele - eu tenho uma panificadora...
Ela - Ah! Adoro pão quentinho! Com manteiga e com melado.
Ele - o pão tá quentinho... acabei de tirar, mas não tem manteiga nem melado... :)
Ela - Vá buscar, ora!
Ele - ah, tá, desculpa, to indo...
Ela - Hahahaha.
Passam-se dois minutos.
Ela - Toc toc. Tá comendo sozinho o pão?
Passam-se + cinco minutos.
Ela - Onde foi você, hein?
Passam-se + dez minutos.
Ele - pronto... tá na mesa...
Ela - O que está na mesa?
Ele - o pão, que agora está morno, a manteiga e o melado... vem comer comigo...
Ela - Não acredito que você foi comprar!
Ele - sim, fui... agora vem...
Ela - Mas eu estou a 400 km de Porto Alegre!
Ele - que pena! vou ter que comer sozinho então... :)
Ela - Filho da mãe!!! Não falo mais com você!
Ele - é uma pena, mas o pão tá uma delícia... ;)

Seu contato parece estar offline. Blá blá blá...

Hehehehe. Cruel.

sábado, 3 de setembro de 2011

Abaixo os muros!


Eu não gosto de apaziguadores.

Na verdade, eu não gosto de apaziguadores em determinados momentos da vida, em que é preciso mostrar de que lado tu estás.

Uma pessoa me disse há pouco que sou importante para ela por que sou transparente, sincero. Eu sempre escolho um lado. Nunca fico em cima do muro. Não gosto de muros.

Me criei em casa de madeira, com cerca de sarrafos. A cerca, mesmo limitando um espaço, nunca esconde o que tem do outro lado. Porque nunca se pode perder a dimensão do que há do outro lado. Não adianta fazer de conta: o inimigo não dorme. Se tu dormires, não acordas. Ou acordas no cabresto.

Inimigo? Sim. Ou tu acreditas que o mundo – nosso país inclusive – chegou à merda em que chegou por nada? Se tu não pensas em política, não fazes falta, os filhos da puta pensam-na por ti. Tu não discutes política? Boa! É isso que eles querem.

Quem não discute política, faz o quê? Assiste ao faustão, passa horas discutindo novelas? Ótimo! Tu és o pato, o perfeito otário, pronto para ser envolvido nas mentiras, nas artimanhas. Sejas complacente, é um direito teu. Um direito que eu respeito, mesmo indignado.

Agora, vou te pedir uma coisa: quando me vires brigando, se não vens para me ajudar, já que sabes pelo que estou lutando, então que não venhas apartar!

Porque, podes crer, vai sobrar para ti também.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Alfonsina y el mar


O calor da caneca de chá briga com o gelo das mãos.

Mercedes (en)canta Alfonsina y el mar.

Te vas Alfonsina con tu soledad. ¿Qué poemas nuevos fuíste a buscar?

E uma saudade antiga recosta-se ao meu lado no sofá.


domingo, 28 de agosto de 2011

Dust in the wind


Às 03:55 da madrugada o vento chega.

Traz sons diferentes aos meus ouvidos cansados de tanta gente idiota falando.

Traz tremores às estruturas que me cercam, como quem avisa: ninguém está seguro, em nenhum momento, em nenhum lugar.

É um vento que assovia, que quase consegue cantar. E que deixa todos os gatos atentos, enquanto os cães se escondem, apavorados.

Traz a poeira de outros lugares, com outros cheiros, com outras tonalidades, diferentes do cinza-fuligem que me cerca.

E nessa poeira misturo-me, enquanto um relâmpago tenta mostrar-me o caminho. Mal sabe ele que conheço todos os caminhos. E que nem o vento mais forte me arranca de mim.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O vestido azul


Conto escrito na noite de ontem, logo após uma conversa "inspiradora" no MSN.

“Eu nunca voltaria no tempo", ela me disse, sem me olhar direto nos olhos. Fiquei olhando para seus braços enquanto os pelos se erguiam, cada vez mais. Ela estava a uma distância segura de mim, como se não quisesse ser tocada.
“Me arrepia pensar nisso”, completou. Mostrou-me os braços e já não eram os mesmos que me abraçaram um dia. Estavam flácidos e ela havia engordado. Pensei, sem dizer, que tínhamos envelhecido depressa demais. Aos 30 anos parecíamos ainda tão jovens!
Desviei o olhar e falei que eu voltaria para muitos momentos, se possível fosse. Tive muitos momentos bons em minha vida e não hesitaria em visitar cada um deles, ao menos uma vez. A ideia de voltar também me arrepia, mas de prazer. Não tenho nenhum medo do que passei, do que senti. Sentiria tudo de novo.
“Sorte tua”, ela disse. E olhou para o céu. Uma mania dela, olhar para o céu, como quem procura algo que não sabe onde está e nem sabe o que é.
Pensei tanta coisa interessante para falar, mas quase nada do que penso a interessa, então calei.
“Ainda tenho o vestido azul”, ela disse, provocante, depois de alguns minutos.
Ah, o vestido azul! Imediatamente lembrei da aula. Ela chegou e foi sentar lá na frente. Éramos mais de vinte homens olhando para aquelas costas lindas, com aquele decote exagerado. E de repente ela se vira e olha diretamente para mim. E sorriu um sorriso que me derrubou de mim mesmo por uns dez segundos.
“Teríamos conseguido? Se eu tivesse ficado, teria dado certo?” Dessa vez foi sua voz que me derrubou. “Eu era meio estranha e você muito antipático!”  Pensei imediatamente que a minha sinceridade faz as pessoas me acharem antipático. Todos reclamam da mentira, mas ninguém quer conviver com quem fala a verdade.
Sem pensar, falei que voltaria mil vezes para aquele dia, depois daquela aula. Ela encostada no poste, nossos corpos muito próximos, minha mão tocando-a de forma ousada, procurando seu sexo e ela preocupada que alguém fosse ver, atentado ao pudor, perturbação da ordem pública, alô, é da polícia? Tem um casal fazendo sexo na minha calçada! E a sirene, o medo, a vergonha... o que iam dizer? Mas quem ia dizer, afinal? “Teu medo nos separou para sempre”, falei em voz alta.
“Por favor, não diga isso”, reclamou. Mas eu tinha que falar. E falei.
Eu voltaria mil vezes para aquele momento e também para a primeira vez em que te vi. Eu tentando te ensinar como chegar nem lembro mais aonde e você me olhando, sem falar, e sorrindo, apenas sorrindo. E eu falando sem parar, quase me engasgando com o sanduíche, te mostrando a cidade inteira no mapa, porque sabia que quando eu parasse de falar você diria, ok, obrigada, e iria embora. Como foi. Você sempre foi. E eu sempre achei – sempre esperei – um dia ela volta, um dia ela vem e fica. Mas você nunca voltou, você nunca ficou, a não ser lá no passado, grudada naqueles dois momentos, dois momentos únicos que poderiam ter sido uma vida inteira, mas não foram.
“Não fala mais, deixa assim, não faz assim."
Eu tenho que falar, porque pode ser a última vez, a última chance.
“Se eu tivesse ido e ficado, a gente teria brigado e eu já estaria de volta. Seria muito triste”.
Triste é nunca ter tentado!  E apenas porque você achava que sabia do futuro. Você é medrosa e isso é um abismo entre nós. Eu não tenho medo de nada e você tem medo de tudo que não conhece. Naquele dia, quando acabou o curso e fui contigo até a rodoviária, era o momento exato de mudar tudo. Era a chance de ter sido outra vida, menos banal, menos com medo, sem medo de ser, fosse o que fosse. Esse erro que muita gente comete... Você era fraca e se fingia de forte. Mostrava uma força que não tinha. Porque se vê a força de alguém nas decisões que toma, não nos acertos ou erros que comete. Acertar alguns acertam. Errar muitos erram. Mas decidir, todos têm que decidir o tempo todo. E decidir pelo mais fácil, pelo mais cômodo é a maior covardia. E você não decidiu por mim. Eu era o difícil, o desafio, o desconhecido, eu sei, mas meus olhos te revelavam tudo que precisava saber de mim. E eu nunca deixei ninguém na mão...
Mas agora somos dois "velhos". O vestido azul não te cabe mais. E você não cabe mais em meus olhos. E isso é muito triste, eu sei, pode chorar. Eu também vou chorar senão parar de falar.
Eu voltaria para esses dois momentos, muitas vezes, mas o resto de você eu apagaria de minha mente, se isso fosse possível...
“Estou me sentindo mal, falamos uma outra hora, me desculpa”.

E lá se foi ela mais uma vez, talvez a última.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A primeira vez assusta!


Passavam alguns minutos das três da madrugada quando fui me ajeitar para dormir, depois de passar horas jogando conversa fora na internet. Ao passar pelo monitor das câmeras de vigilância, de relance algo me chamou a atenção. Levei alguns segundos para entender. A câmera do meu andar estava deslocada!!! Nunca tinha acontecido e confesso que na hora me passou um frio pela espinha.

Totalmente ansioso, comecei a assistir aos vídeos para descobrir em que momento acontecera. Fui retrocedendo até as 22 horas de ontem. E lá estava o sujeito. A princípio ele não percebeu a câmera e olhou diretamente pra ela. Como estava tudo escuro a imagem é fantasmagórica, pois foi gravada com luz infravermelha. Logo que percebeu, escondeu o rosto e se deslocou para fora do ângulo de visão. Um minuto depois, deslocou o ângulo da câmera.

Resultado: passei das 3 às 7 assistindo aos vídeos de segurança, tentando entender como e em que momento ele entrou no prédio. Às 7 horas desci para verificar sinais de arrombamento e nada encontrei. Mas isso é assunto para a polícia, mais tarde.

Quando me dei conta, o dia amanhecia. Fiz esta foto, através da janela suja (anotar na agenda: lavar o vidro).



sábado, 13 de agosto de 2011

Acabou, de novo


Pode o mesmo evento acabar duas vezes?

Eu achava que não, mas aconteceu comigo.

Dia 05 de agosto, depois de meses de muita lenga-lenga, acabamos nosso relacionamento de seis anos, eu e Sarah. Foi o primeiro fim.

Hoje, 13 de agosto, ela fez a mudança (morava no apartamento ao lado do meu). Acabou, de novo.

Não sei o que mexe mais, um coração vazio ou a visão do apartamento vazio onde durante todos esses anos, habitava o cheiro dela, mesmo quando não estava.

Justo eu, um roqueiro inveterado, hoje estou mais para Bethânia:

"Acabei com tudo, escapei com vida, tive as roupas e os sonhos rasgados na minha saída..."

Eu chego dando voadora


No último mês, encontrei a frase no MSN mais de uma vez, comentei-a ao menos em 3 conversas e ontem encontrei-a no Facebook.

"Amigo verdadeiro não é aquele que vem apartar a briga, e sim aquele que chega dando voadora."

Pois então, desde que me conheço por gente, eu sou assim. Quando eu tinha 9 anos, meu irmão mais velho tinha 18 e estava "servindo (eca) à pátria". Uma tarde, quando ele voltava do quartel, uns caras da vila começaram a tirar onda por causa do uniforme. Virou briga. Naquele mesmo dia eu acabara de podar um cinamomo a mando de minha mãe. Passei a mão num galho, o maior que eu podia carregar, saí correndo pro meio da peleia e mandei ver no lombo dos "meliantes". A cena ficou, no final, engraçada. Todos acabaram rindo, menos eu, que não entendi a sutileza da cena, já que não podia me ver de fora. Fiquei com fama de valente, por certo.

Agora, estou para fazer 50 anos e não consigo contabilizar quantas vezes na vida eu repeti essa cena, figurada ou literalmente.

Eu tomo as dores, eu compro as brigas, eu carrego as malas (ops), eu sigo mesmo depois de exausto e ainda carrego a criatura nas costas.

E sempre, sempre chego dando voadora.

E daí? Daí que, como eu disse ontem para o Jonnathan no Facebook, vira e mexe eu fico brigando sozinho.

O Ernesto, músico que conheci em São Paulo em 1982 (ou 83) deve ter razão. Uma certa manhã de sábado, em que fui literalmente acordá-lo para fazer a panfletagem de um show, coisa que era 100% de interesse dele, ele me disse: "Wladimir, você deixa as pessoas te usarem. Elas percebem que você é assim e se aproveitam. Você faz papel de idiota".

Como na época eu realmente era um idiota de 21, 22 anos, fiquei puto da vida com ele e sumi, perdendo, ao que parece, um ótimo amigo.

Eu não tenho a menor ideia de por onde o Ernesto anda ou o que faz da vida atualmente, mas, depois de 30 anos eu queria poder encontrá-lo e dizer: Ernesto, tu tinha razão. Eu sou mesmo um idiota.

A única diferença de 1982 para 2011, é que hoje sou um idiota de 50 anos. Não é, Sarah?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vá entender esse povo!


Acabei de ler no Terra que a popularidade da Dilma baixou depois da "crise nos Transportes".

Eu não consigo entender, por mais que me esforce. Com a faxina feita no ministério não era para a popularidade dela subir astronomicamente??? Ou estão manipulando informações?

Mas, esperem, na real estou me fazendo. Eu sei por experiência própria: quanto mais eu faço o certo, menos gostam de mim ou me valorizam. É a tal da inversão de valores.

Quanto mais canalha o sujeito, mais adorado e respeitado por todos. Que merda!

Aliás, quando leio certas coisas, mais me convenço de que agi corretamente em abandonar a faculdade de jornalismo. Crise seria de fato se as denúncias não fossem levadas em conta e ninguém tivesse sido exonerado. Isso é crise! Quando a corrupção vem à tona e se age rapidamente como Dilma agiu, isso é fazer o correto, não tem nada de "crise".

Tão de brincadeira, né? Só pode ser. Porque se não é brincadeira é má fé.

sábado, 6 de agosto de 2011

Como um câncer


Acabou. Depois de seis anos, encerrar uma relação, não é fácil.

Mas pior do que ter acabado, é o fato de ter acabado aos poucos, durante meses.

Acabar assim é como morrer de câncer.

Mas, a vida segue, certo? E a dor ali, grudada como um carrapato...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Eu tenho meus direitos!


Administrando um condomínio há quase três anos, eu reforcei um pensamento que já me acompanha há muitos anos: aquele que menos cumpre com suas obrigações normalmente é o primeiro a exigir seus direitos.

Os adimplentes pagam em dia, usam os recursos disponíveis e entendem quando algo dá errado, porque não há como evitar.

Os inadimplentes, para não dizer caloteiros contumazes (ops, falei), vivem achando tudo ruim no prédio, se incomodam com qualquer probleminha, por menor que seja, não admitem ter a atenção chamada quando claramente incorrem em desrespeito ao convívio social. E são os mesmos que estufam o peito para dizer, no dia em que, por exemplo, estoura a bomba hidráulica e o prédio fica sem água por algumas horas: viu só... por isso que não pago mesmo!

Curioso é que, com tantos imóveis à disposição numa cidade grande como Porto Alegre, os reclamões não vão alugar uma sala de alto nível, em um prédio perfeito, na Carlos Gomes, por exemplo!

A vida deles seria tão melhor! Porque $erá que ficam num prédio da zona norte, cheio de problemas, administrado por um cara duro na queda como eu?

Ó, dúvida...

Somente as aparências sustentam a vida dos pobres de espírito.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

É isso aí, peixe


Eu discordo daqueles que andam dizendo que o Romário é um idiota.

Idiota é quem votou nele. Romário é muito esperto, peixe...

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Minha mãe era quase analfabeta mas até hoje me lembro de muita coisa que ela dizia.

Uma das coisas que jamais esqueci, é "Quem não deve, não teme". O resto é encheção de linguiça no Twitter.

Para encerrar, vale destacar uma das frases que eu mais uso: esperto não é o mesmo que inteligente.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Negócio de Primeiro Mundo?


Eu sou conhecido como muito chato. Isso tem uma explicação simples: eu sempre espero que as pessoas façam as coisas certas (sob o ponto de vista da lei) e bem feitas (sob o ponto de vista da qualidade). Quando não fazem, eu reclamo.

Em 7 de dezembro de 2010 eu fiz um post em que metia o pau no método arcaico de entrega das transportadoras brasileiras. Aqui tem o link do post para quem quiser ler.

Eu continuo fazendo compras online. Desconheço coisa mais cômoda. E continuo sofrendo com as entregas. Desconheço coisa mais incômoda.

Pois bem, dia 12, quinta-feira, fiz nova compra no Mania Virtual, o mesmo site com o qual me incomodei por causa da entrega em dezembro. Às 19:00, vinte minutos depois de fazer o pedido, recebi email confirmando a efetivação da compra. No sábado, às 22:00 recebi novo email informando que o pedido teria sido entregue para a transportadora. Nesse mesmo email me informavam que a mercadoria seria entregue até o dia 19/05. É claro que me preparei para receber uns dez dias depois, sendo otimista. Essa é uma boa forma de não ativar minha pressão alta, que adora um stress, a querida.

Hoje, às 11 da manhã, eu havia recém chegado de um cliente onde fui retirar um computador para formatar, quando tocou meu interfone. Para minha surpresa dizia ser um entregador. Rapidamente pensei: comprei alguma outra coisa e esqueci, certamente, coisas da idade. Quando ele identificou a origem achei que era pegadinha: era minha compra do Mania Virtual chegando, quatro dias antes da previsão! Preparei-me para as câmeras de TV chegando junto com um daqueles sujeitos imbecis de estúpidos programas pseudo-humorísticos, com alguns dentes salientes e dizendo: Rá! Tu pensou que ia mesmo receber tua compra assim tão rápido?? Já ia pegar minha barra de ferro e cagar o sem-vergonha a pau, mas...

Não é que era mesmo o entregador da Braspress???

Olha, só não vou concluir que foi um negócio de primeiro mundo porque, mesmo sendo tão ágeis, ainda assim vieram fazer a entrega "no escuro". E se eu não estivesse em casa? E se eu tivesse me demorado um pouco mais no cliente? Os caras não gastam com uma ligação de celular mas ficam gastando óleo diesel pra lá e pra cá. Que burros! Dá zero pra eles... Como diria o Chaves.

Mas, não é possível que a forma de comprar tenha evoluído tanto sem que alguém, um dia, se dê conta de que a forma de entregar precisa, urgentemente, adaptar-se ao mundo atual. Usem email e celular para se comunicar com o cliente, suas antas!

Tem gerente de transportadora precisando colocar o dedo na tomada.

sábado, 9 de abril de 2011

Leve Guarda-chuva (de novo)


Em maio de 2008 eu já havia postado o vídeo abaixo, mas sem legenda, pois na época eu não sabia fazer. Como o assunto do vídeo é totalmente atemporal, resolvi postá-lo novamente, dessa vez traduzido por mim e legendado.

O vídeo foi feito pela rede argentina Todo Noticias. A trilha sonora é a música "De Ushuaia a La Quiaca" do músico argentino Gustavo Santaolalla. Abaixo do vídeo do comercial, postei o vídeo de uma gravação em estúdio da mesma música. A gravação foi feita em HD, comparável à qualidade dos músicos. O vídeo é todo ele perfeito. Aproveite a mensagem positiva do comercial e depois delicie-se com a gravação da música. Essa música fez parte da trilha sonora do filme "Diários de Motocicleta".




Gravação em estúdio da música "De Ushuaia a La Quiaca".



terça-feira, 5 de abril de 2011

Uma Ode ao Cérebro


Eu conheci o vídeo original "An Ode to the Brain" por uma dica da Carol, no Facebook. O cérebro sempre me fascinou pela sua complexidade e pelo mistério que (ainda) o envolve.

Assim que vi o filme, me apaixonei. Que idéia criativa! Alguns dos cientistas, a gente jura que estão realmente cantando. Além do que, traz informações interessantes sobre o pouco conhecido cérebro.

Minha segunda tradução e segunda legenda. Aproveitem!



Symphony of Science (Sinfonia de Ciência) é um projeto musical encabeçado por John Boswell, com o objetivo de distribuir conhecimento científico e filosofia em forma de música. No site do projeto (link abaixo) você pode assistir a vídeos, baixar canções, ler as letras e encontrar links relacionados às mensagens contidas nas músicas. O projeto deve sua existência, em grande parte, à série Cosmos, de Carl Sagan, Ann Druyan e Steve Soter, produzida pela PBS em 1980.

Acessem Symphony of Science para conhecer os outros vídeos da série. Breve trarei outros vídeos traduzidos e legendados.

terça-feira, 29 de março de 2011

Crescer é para Sempre...


Esta é minha primeira tentativa de traduzir um vídeo diretamente do áudio em inglês e também de criar uma legenda a partir do zero. Coincidentemente também é meu primeiro vídeo no meu canal no Youtube. Espero que gostem e comentem. Como meu inglês é básico, aceito sugestões para melhorar a tradução, se for o caso.

Aproveitem, de todo modo, a beleza do filme e do texto que o inspirou. Abaixo do vídeo, um texto de Jesse Rosten, criador do filme.




"Eu tenho um profundo afeto pelas florestas Redwood do Norte da Califórnia. Esta é a minha melhor tentativa de capturar a reverência que eu sinto quando na presença desses gigantes adormecidos. Minha amiga Kallie escreveu isso depois de nossa viagem anual do grupo de campismo para a costa. As palavras eram lindas demais para ignorar". Jesse Rosten

quinta-feira, 24 de março de 2011

E eu quase desistindo...


Música brasileira atual é composta de, quase exclusivamente, lixo, certo?

Bem, pode ser meio difícil de encontrar, mas ainda existe vida inteligente, sem ter que recorrer aos "velhinhos" da minha geração.

Pela dica da Karla, do blog desinteligencia online (link aqui), cheguei no site da Gabi. Abaixo posto o vídeo que eu mais gostei, Na Dança. Para ver todos os vídeos da menina, clique aqui. Sugiro prestar atenção na música Ana. É minha segunda preferida.


sexta-feira, 11 de março de 2011

TerreMoto Perpétuo


O homem contemporâneo construiu sua história e sua vida sobre placas de concreto aparentemente imóveis, por bem fixadas ao solo.

Por conta disso e de outras bobagens, se acha forte e inteligente.

O solo, aparentemente sólido e imóvel, apóia-se sobre placas tectônicas, móveis.

Dependendo da conjunção exata de fatores, o solo se move e o concreto se parte com facilidade assustadora, expondo uma fragilidade sequer imaginada.

Não importa onde seja, parte da vida humana quebra-se junto com o concreto. E ao homem, por algum tempo, resta a estupefação.

Depois passa.

E o homem volta a se achar forte e inteligente. Até que a terra volte a tremer...




sábado, 5 de março de 2011

Abrace a vida


Pra quem acha que carro é brinquedo.


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Energúmeno


Eu não ando de bicicleta faz tempo. Eu tenho uma bike parada em casa, esperando que um dia o Guilherme (né, Guilherme?) apareça para me ajudar a resolver um problema com o pneu. Então, eu ando a pé. Tenho andado bastante a pé, com a nova parada do santana. Boto uma mochila nas costas e caminho 3 km até o Bourbon Assis Brasil para comprar minha comida, por exemplo.

No entanto, já andei muito de bike por aí. Quando morei na Cidade Baixa, muitos anos atrás, andava todos os dias, pra passear, pra trabalhar, pra namorar, pra encontrar a minha turma da Demétrio.

Todo mundo deve ter ouvido, de uma forma ou de outra, sobre o atropelamento de doze ciclistas na Cidade Baixa, bairro aqui de Porto Alegre. Pois hoje, o sujeito endemoniado, possesso, possuído pelo coisa ruim, o fanático, o desnorteado, apresentou-se à polícia, que, por sinal, já escolheu um lado na questão, criticando abertamente os ciclistas durante o final de semana.

Todas as palavras destacadas compõem juntas o significado de energúmeno. Pois é isso que esse sujeito é: um ENERGÚMENO.

Nada, ABSOLUTAMENTE NADA, pode justificar o que esse humano fez. Eu ia dizer animal, mas eu tenho vários animais em casa e nenhum deles faria isso. Só o ser humano é capaz de tamanha BARBARIDADE.

A vontade é de pegar um sujeito desses e cobrir de porrada até ele parar de gemer, como numa luta de vale-tudo, ou pior. Mas como isso é impraticável, pois me colocaria no nível raso em que ele vive, só me resta repetir, não sem uma dose impensável de sensação de impotência:

ENERGÚMENO!

Editado às 22:00

O Ministério Público Estadual pediu a prisão preventiva do energúmeno. O sujeito tem multas por dirigir na contramão, em cima da calçada e outras infrações graves ainda não reveladas. Segundo os promotores trata-se de um caso de crime doloso, ou seja, com  intenção de matar, e ainda duplamente qualificado: o motivo foi fútil e não deu nenhuma chance de defesa às vítimas.
No site do Terra, dá pra ver uma foto do sujeitinho. A cara dele é uma mistura de louco e arrogante. E outra coisa que eu não tinha pensado antes, de tanta raiva desse mau elemento: olha o exemplo que esse traste deu para o filho de quinze anos que estava no carro com ele! Mais ou menos o seguinte: quando você estiver dirigindo e alguém se meter na frente, você passa por cima, entendeu?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Meu pedaço de terra


Dizem que o sonho de todo homem é ter seu pedaço de terra. Pois eu tenho logo dois: um de cada lado da sacada.

Medindo bem os dois, deve dar 1,70 metros quadrados.

A foto nova do perfil mostra minha satisfação ao posar em frente à mata que tem no meu "sítio". Hehehehe.

Quem quiser conhecer, faça como o Tarciso. Pergunta se dá para vir, compra a passagem e marca a visita. A hospedagem sai baratinha. :)

Será assim que o maracujazeiro me vê?

Ainda dá tempo de ver o maracujá florescendo.

Tri bonita...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Noite de lua cheia

Esta é a lua vista da minha sacada. Fiz as duas fotos há poucas horas atrás. Esta sacada, aliás, me mantém firme nesse apartamento da zona norte da cidade. Agora mesmo enquanto escrevo, a pequena floresta que nela cultivo está toda iluminada pelo luar e dali corre uma brisa que é quase uma massagem.

Uma foto assim eu chamo de poesia visual. Uma pequena homenagem aos meus amigos virtuais. Se alguém quiser copiar as fotos, sinta-se à vontade. Citando o autor, of course.

Editado, a partir do comentário do Álvaro:
A primeira foto não tem efeito nenhum aplicado. O "defeito especial" é da própria câmera, uma FS200, que não trabalha muito bem o foco em fontes de luz. Ela intensifica a luminosidade do objeto e tira a percepção dos detalhes.
A segunda foto é um zoom no máximo, 41x e, se não me engano, acrescido de zoom digital. Dá um efeito de cor interessante ao usar todo o zoom, pois é como se mudasse a luz que incide sobre a lua. Eu não entendo nada de fotografia, apenas gosto. Eventualmente, dou sorte em alguns cliques.

Adicionei as fotos de Vênus na madrugada e do sol pela manhã.





Por incrível que possa parecer as fotos a seguir são de Vênus. Como assim?! Pois é. Sabe a tal estrela d'alva? Não é uma estrela: é Vênus. É "fácil" distinguir. Estrelas são bolas incandescentes e que geram sua própria luz. Estrelas "piscam" em função da enorme distância a que se encontram da Terra (efeito de refração) e do movimento das "chamas", alimentadas pelo gás Hidrogênio que se converte em gás Hélio por fusão nuclear. Exatamente o que chamamos de Sol. Nosso Sol é uma estrela de porte médio e de média temperatura, a temperatura perfeita (aliada à uma distância segura da Terra) para suportar o que conhecemos por vida. Se fosse mais branco ou estivesse mais próximo, seria quente demais. Se fosse mais vermelho ou estivesse mais distante, seria frio demais. Já os planetas e os satélites, como a Lua, não têm luz própria, apenas refletem a luz do sol e estão muito mais próximos de nós do que qualquer estrela, com exceção do Sol, é claro. Por isso a luz deles não oscila, não "pisca". Como no caso de Vênus, que exibe uma luminosidade constante. A primeira imagem fiz com o zoom todo aberto. Mostra a cidade ao fundo e a "estrela" muito grande e brilhante no céu. A primeira vez em que observei Vênus da sacada, achei que estivesse vendo um OVNI tamanha a diferença de tamanho em relação às estrelas dentro do campo de visão. A segunda foi feita com o zoom todo fechado. Essa precisei editar no PhotoPaint. Aumentei o brilho, o contraste e a intensidade, pois era uma imagem bem ruim, apenas uma mancha parda num fundo escuro. Fiz as fotos por volta das 4 da madrugada. E por que a foto da Lua ficou tão boa e a de Vênus tão ruim? Simples: a Lua está logo ali, muito mais próxima da Terra que Vênus. Eu precisaria de um zoom de 80 a 100 x para fazer uma foto razoável de Vênus.





Para terminar o post astronômico, na manhã seguinte, por volta de sete e meia, o sol ainda brigando com as nuvens, nesse dia parcialmente nublado.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Uma semana para construir uma amizade


Uma semana pode passar muito rápido. Quando você se dá conta, já foi.

Tarciso chegou na segunda e se foi no sábado. Foi de táxi para o aeroporto, pois o santana, coitado, agora está com problema em uma mangueira do radiador.

Foram de duas a duas horas e meia de trabalho por dia, durante seis dias seguidos. Uma experiência nova para mim na massoterapia, pois nunca atendi alguém antes sem que fosse em dias alternados.

Iniciávamos os trabalhos com uma hora de alongamentos. Quando passei-lhe o exercício por email, Tarciso achava impossível alcançar o chão com as mãos sem dobrar os joelhos. E não é que ele praticamente conseguiu nessa semana em que ficou aqui? Claro que o trabalho anterior à viagem que ele vinha realizando ajudou e muito. Disciplina é a senha para acessar os portais de uma musculatura sadia. E se a musculatura está bem, a coluna não tem do que se queixar. Para completar, praticamente conseguiu colocar-se na postura do "caipira", muito simples para uns, mas muito difícil para outros. Ainda que os "caipiras" sequer pensem nisso, é necessário um alto grau de relaxamento muscular para assumir tal postura com facilidade, sem quedas nem cansaço.

Depois, partíamos para a massoterapia, em torno de uma hora também, onde os grupos musculares das costas eram trabalhados de forma terapêutica, ou seja, com pressão suficiente para desmanchar nódulos. Encerrávamos cada sessão com quiropraxia na própria mesa de massagem, que é a que eu coloco em prática (eu não pratico a quiropraxia em pé). Ao contrário do que mostrava uma radiografia de 2005, Tarciso chegou aqui com a coluna bem alinhada e não tive muito trabalho nesse quesito. Aos poucos as diferentes regiões da coluna foram cedendo à pressão do alinhamento.

Para o trabalho de sábado, a última sessão, Tarciso havia me solicitado conhecer a massagem relaxante. Nessa, depois de uma hora de alongamentos, além das costas, trabalhei mãos, pés e cabeça, ao final. A sensação é bastante diversa de uma terapêutica. As pressões sobre a musculatura são firmes, mas sem o uso de força. Não se procuram nem se desmancham nódulos numa massagem relaxante. O trabalho é mais superficial e, portanto, atua apenas no nível sensorial. A musculatura relaxa mais em função do relaxamento emocional do que pela pressão das mãos. A menos que ele seja um excelente ator, acredito que Tarciso ficou extasiado com todo o trabalho, o que, convenhamos, é muito gratificante.

À parte todo esse lado do trabalho, objetivo principal da visita, ainda passamos horas, literalmente, conversando sobre tudo e mais um pouco. Um ótimo exemplo disso é que eu, completamente ateu, nunca havia conversado com uma pessoa (bastante) religiosa que não mostrasse pendores fundamentalistas e xiitas. Se você acha que estes termos aplicam-se apenas às religiões muçulmanas, precisa imediatamente rever seus conceitos. De qualquer maneira, foi um prazer descobrir que a fé pode andar de mãos dadas com o racional. Eu não teria o menor saco, diga-se de passagem, para aguentar por uma semana uma pessoa que metesse o seu deus em qualquer conversa, o tempo todo.

Para finalizar, Tarciso conheceu meu projeto ecológico secreto (risos) e me presenteou com um belo laudo a respeito do produto, do seu ponto de vista como administrador de empresas. Certamente irá me ajudar na apresentação do produto depois que eu patenteá-lo.

Como eu dizia no começo do post, uma semana pode passar muito rápido. E assim foi. Quando me dei conta já estávamos tratando da última sessão e de como chegar ao aeroporto de táxi. Dizem que as melhores coisas da vida se passam desse modo. Então, só posso dizer que valeu cada dia. Boas vindas ao meu mais novo (entre poucos) AMIGO.

Ah, pra quem acha impossível, Tarciso também experimentou ser vegetariano por uma semana, seguindo a dieta da casa. A menos que eu esteja enganado, não saiu daqui nem fraco nem doente, pelo contrário, foi muito bem alimentado essa semana inteira. Mas isso deixemos que ele mesmo relate em seu blog quando tiver oportunidade.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Amizade virtual. Isso existe?


Exatamente daqui a 63 horas, Tarciso, do blog H@ vida depois dos 40, vai aterrissar no Aeroporto Salgado Filho, a poucos quilômetros de minha casa.

Como disse-lhe por email, lá estarei eu, com meu carrão (santana é um carro grande), esperando-o para recebê-lo por uma semana aqui em Porto Alegre.

Normal que um amigo visite o outro, certo? Bem, o que faz a diferença nesse caso é que nunca nos encontramos antes. Sim, eu conheço o Tarciso apenas virtualmente. Já nem sei há quantos anos, uns cinco, talvez.

O fato é que algumas pessoas têm esse poder de nos cativar mesmo sem a presença física. É o mesmo carinho que eu sinto por outros blogueiros, como a Lua, a Gisele, a Vivien, o Marcos, pessoas que eu visito há muitos anos através de seus blogs e das quais sei um pouquinho ao menos de suas vidas ou de seus pensamentos. Também há outros, mais recentes e que ainda não deu tempo, ou chance, de estabelecer um contato menos superficial.

No caso do Tarciso, a semente principal germinou a partir de uma pergunta minha sobre um problema de coluna lombar do qual ele falara vagamente. Ele me escreveu para o email contando em detalhes, eu sugeri um exercício, ele começou a praticar, melhorou e sentiu-se grato. Mais tarde, teve um incômodo na cervical e me escreveu novamente. A partir daí, creio que trocamos perto de cem emails, em menos de dois meses. Eu nem gosto de falar, não é. E encontrei um interlocutor à altura.

Então, Tarciso entrou de férias por duas semanas e tomou a decisão de vir fazer um tratamento intensivo de coluna comigo, além de conhecer um projeto ecológico que estou desenvolvendo desde dezembro e que ele vai conhecer em primeira mão. Estou preparando-me para contar do projeto aqui no blog, mas preciso acertar uns detalhes antes.

E para quem tem dúvidas sobre se a semente da amizade pode germinar em ambiente virtual, eu digo, sim, acreditem, é perfeitamente possível.

Mais tarde, o próprio Tarciso contará em seu blog das impressões do tempo que vai passar aqui.

Se quem está lendo tem alguma experiência nesse sentido, não deixe de comentar, por favor.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A lógica da receita


Por causa da minha coluna descolunada, o ortopedista foi taxativo: afaste-se do computador.

Então, primeiro comprei um monitor grande. Mas graaannnde mesmo.

Depois, comprei uma extensão PS2 para o teclado.

Aproveitei que estava na loja e comprei uma extensão USB para o mouse.

Por fim, sentei-me há quase três metros de distância do computador.

Comigo é assim: o que o médico diz é lei.
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Viram a foto nova do perfil? Essa é minha versão 2011. Cada vez mais bonito! (kkkkk)


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Piada do "MAL"


Parece piada mas é sério. Pelo segundo dia consecutivo, a zona norte de Porto Alegre vira um grande lago no cruzamento de ruas importantes para o trânsito como, por exemplo, Ceará com Cairú.

Quem vive, trabalha ou passa por aqui, deve ter sofrido o mesmo que eu, durante quatro ou cinco anos, com as obras do tal Conduto Álvaro Chaves. Por mais que se saiba a importância de uma obra desse porte, é um horror enquanto ela não acaba.

E o que aconteceu depois de pronta a obra? Há dois anos atrás, passado apenas um mês da inauguração da obra, com toda a pompa que os políticos do MAL sabem fazer, eu perdi o motor de arranque do santana na Avenida Voluntários da Pátria. Eu fui um idiota de acreditar que a tal obra, que consumiu MUITO dinheiro público, iria resolver o problema.

Chovia forte naquele começo de noite, mas eu precisava ir pegar um micro num cliente e fui sem medo. Afinal, não tínhamos passado por todo aquele transtorno à-toa, certo? Errado. Quando me dei conta, estava no meio de um lago em plena Voluntários. Não dava para ir em frente. Não dava para voltar atrás. Só deu para subir na calçada e esperar. Por pura sorte consegui ligar o carro uma meia hora depois, quando a água baixara o suficiente para se mover dali. No outro dia, no entanto, a ferrugem da água acumulada detonou o motor de arranque por dentro e o carro não ligou mais.

Como diz o seu Lili, eu fico puto com isso!!!!

E o que aconteceu hoje, no segundo dia seguido de chuva forte em Porto Alegre? O tal conduto, que ontem já não funcionara para escoar a água da chuva, hoje, simplesmente estourou!! Estouraram as tampas do conduto hermeticamente fechado! Mas o que fizeram com todo o dinheiro gasto? Que tipo de tampa colocaram nisso?

Bando de canalhas, bando de usurpadores, políticos e construtoras, todos juntos, enriquecendo com o dinheiro público, enquanto a cidade literalmente se afoga na incompetência e na desgovernança.


domingo, 9 de janeiro de 2011

Big BOSTA Brasil


Vai começar o Big BOSTA Brasil.

Agora vem cá, tu achas mesmo que dá para perder tempo com uma porcaria de tal proporção???

Ah, sei, tu assistes por que não tem nada melhor nos outros canais... sei... entendo... desligar a merda da tv nem te passa pela idéia, não é!

Então, vamos combinar uma coisa: tu assistes mas não comentas comigo, nunca, jamais, certo?

Entendeste ou preferes que eu chame o desenhista?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Plínio Sampaio, François Houtart e a podridão disfarçada de intelectualidade


Estarrecido seria a palavra que se encaixa nesse caso. Acabei de ler uma notícia no site do Terra.

O senhor Plínio, ex candidato a presidente do Brasil, está dando apoio à candidatura de um confesso pedófilo, o padre belga François Houtart, para o prêmio Nobel da Paz. Mais um padre...

Esse senhor ou está gagá ou é um cafajeste.

E depois dizem que o Brasil não tem maturidade política. Imagina se um sujeito com critérios tão deturpados fosse eleito nosso presidente! O que seria desse país?

Eu acho que não existe pena boa o suficiente para castigar um pedófilo. Como evitar que o monstro ataque novamente? Agora, o que dizer de um sujeito que apóia publicamente o monstro????

Senhores do Ministério Público: punição imediata para esse senhor Plínio, por favor.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Reciclar é o verbo do futuro no ano que começa hoje


Para começar bem o ano novo, a melhor música do Queen tocada de uma maneira diferente e original, por Joe Edmonds. Música também se recicla.

Que seja um ótimo ano para quem é do bem e se importa em fazer as coisas corretas. Os outros, bem, os outros que se ferrem porque já tem mau caráter demais nesse planeta.




Para quem é ortodoxo, o vídeo da gravação original.