sábado, 8 de outubro de 2011

Pedalando para não enlouquecer


Hoje, quando sair para pedalar à noite, serão 14 dias desde que voltei a andar de bike, depois de muitos anos parado.

No primeiro dia foram 7,5 km. Ontem, foram 32 km. Uma evolução e tanto, mas que não ocorreu por acaso ou de forma natural.

Forcei essa evolução, porque meu corpo estava pedindo – na verdade exigindo – uma reação. Depois da separação, as dores nas costas pioraram e muito. E passaram a afetar diretamente meu lado esquerdo. Pescoço, ombro, escápula, braço, mão, tudo doendo, dor forte, insistente, diária. Só não dói quando eu deito e relaxo a musculatura do pescoço. Obviamente, não posso passar o dia deitado. Não que eu não quisesse, já que sou, admito, muito preguiçoso. :)

Não gosto de academia, apesar de ter pensado em frequentar uma. Voltei a caminhar por uns dias, mas achei chato como nunca antes achara. Queria correr, na verdade, mas o sobrepeso detonaria minhas articulações, acabando com qualquer possível resultado positivo.

Foi exatamente nesse momento de pensar em uma solução, que o Guilherme voltou para Porto Alegre e recolocou minha bike em condições de ir para a rua novamente.

Nos primeiros dias ele saiu junto, para estimular o amigo sedentário. Mas, depois de duas semanas, não é mais necessário. Ontem mesmo saí sozinho e foi o dia em que mais pedalei. E só não pedalei mais porque explorei quase toda a região plana aqui da Zona Norte. De tanto pedalar cheguei ao centro e dei uma esticada até o Gasômetro, onde parei para recuperar o fôlego, tomar água e simplesmente olhar as pessoas passando.

Ainda não me sinto apto a pedalar ladeira acima. Os músculos das coxas ainda queimam em certos momentos mais puxados. As fibras musculares mais longas, aquelas que permitem um grande esforço, ainda estão em desenvolvimento e preciso me conformar com isso. Quero subir a Perimetral um dia desses e ir pra Zona Sul, mas antes, quero fazer um trajeto longo sem sentir o cansaço que sinto.

Eu ainda retorno muito cansado, inundado de suor. Por outro lado, sinto-me um guri. Quase aquele guri que vivia esfolando os joelhos nas ruas poeirentas de Gravataí, quarenta anos atrás.

Minha pressão, que voltou a subir durante e após a separação, às vezes chega a estar baixa no retorno para casa. Mas, pressão baixa não mata, então, quanto mais exercício, melhor meu coração funciona.

Outra coisa importante: enquanto estou pedalando, não tenho tempo para pensar, pois o trânsito não deixa. A pressão é enorme e um simples erro pode me custar a vida ou, pior ainda, machucar alguém. Para mim, que penso demais e o tempo todo, pedalar é quase uma meditação.

Então, pedalar tem feito um bem enorme para minha cabeça e para meu coração. Um coração vazio, mas funcionando como um relógio suíço.

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