domingo, 28 de agosto de 2011

Dust in the wind


Às 03:55 da madrugada o vento chega.

Traz sons diferentes aos meus ouvidos cansados de tanta gente idiota falando.

Traz tremores às estruturas que me cercam, como quem avisa: ninguém está seguro, em nenhum momento, em nenhum lugar.

É um vento que assovia, que quase consegue cantar. E que deixa todos os gatos atentos, enquanto os cães se escondem, apavorados.

Traz a poeira de outros lugares, com outros cheiros, com outras tonalidades, diferentes do cinza-fuligem que me cerca.

E nessa poeira misturo-me, enquanto um relâmpago tenta mostrar-me o caminho. Mal sabe ele que conheço todos os caminhos. E que nem o vento mais forte me arranca de mim.

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